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Semana Santa: mergulhar no mistério da morte e ressurreição de Jesus Cristo

Com o Domingo de Ramos, a Igreja Católica abriu as celebrações centrais da fé cristã, nas quais se revisita a paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo pela redenção da humanidade. É por esse motivo que esta semana que antecede a Páscoa é chamada de Semana Santa, a Semana Maior.

Em cada dia, a Liturgia da Igreja Católica apresenta os passos de Jesus até a sua entrega e ressurreição. Também gestos da devoção popular marcam a vivência da Semana Santa.


Domingo de Ramos

No início da Semana Santa, o Domingo de Ramos e da Paixão marca a entrada de Jesus em Jerusalém para consumar seu mistério pascal. Nessa liturgia que abre a Semana Maior, os ramos são a lembrança da recepção do povo que estendeu as folhagens na entrada da cidade, por onde Jesus passou montado num jumento.

Após esse início da entrada triunfante, a liturgia apresenta a proclamação da Paixão do Senhor, começando com a leitura do livro do profeta Isaias (Is 50, 4-7), com o terceiro cântico do Servo. Essa leitura é chave de leitura para o Evangelho sobre a Paixão (Mc 14, 1-15, 47).


Segunda-feira Santa

Neste dia, proclama-se, durante a Missa, o Evangelho segundo São João (Jo 12, 1-11). Seis dias antes da Páscoa, Jesus chega a Betânia para fazer a última visita aos amigos de toda a vida. Está cada vez mais próximo o desenlace da crise. Maria de Betânia unge os pés de Jesus com perfume de nardo puro e Jesus anuncia que sua hora havia chegado. Na primeira leitura, é oferecido o primeiro canto do servo do Senhor: “Olha o meu servo, sobre quem pus o meu Espírito”.


Terça-feira Santa

A mensagem central deste dia passa pela Última Ceia. No Evangelho, há uma antecipação da Quinta-feira Santa. Jesus anuncia a traição de Judas e as fraquezas de Pedro. “Agora foi glorificado o Filho do Homem, e Deus foi glorificado nele, também Deus o glorificará em si mesmo, e o glorificará logo”. A primeira leitura é o segundo canto do servo do Senhor, no qual descreve-se a missão de Jesus. Deus o destinou a ser “luz das nações, para que a salvação alcance até os confins da terra “.


Quarta-feira Santa

Em muitas paróquias, especialmente no interior do país, realiza-se a famosa “Procissão do Encontro” na Quarta-feira Santa. Os homens saem de uma igreja ou local determinado com a imagem de Nosso Senhor dos Passos; as mulheres saem de outro ponto com Nossa Senhora das Dores. Acontece, então, o doloroso encontro entre a Mãe e o Filho. O padre proclama o célebre “Sermão das Sete Palavras”, fazendo uma reflexão, que chama os fiéis à conversão e à penitência.


Quinta-feira Santa

Neste dia, são duas grandes marcas: a dos Santos óleos e a do Lava Pés. A primeira ocorre na Missa do Crisma, que reúne todo o clero diocesano com o bispo, recordando a unidade da Igreja e o compromisso de servir a Jesus Cristo. Na celebração, três óleos são abençoados: o do Crisma, dos Catecúmenos e dos Enfermos.

Já o lava-pés, um ritual litúrgico que recorda o gesto de Jesus antes da última ceia, ocorre na celebração da Quinta-feira Santa que recorda a instituição da Eucaristia. O rito do lava-pés não é uma encenação dentro da Missa, mas um gesto litúrgico que repete o mesmo gesto de Jesus. O bispo ou o padre lava os pés de algumas pessoas da comunidade, imitando Jesus, como compromisso de estar a serviço da comunidade, para que todos tenham a salvação.

É na celebração da Missa da Ceia do Senhor, na tarde ou na noite da Quinta-feira Santa, que a Igreja dá início ao Tríduo Pascal. Oferecendo ao Pai o Seu Corpo e Sangue sob as espécies do Pão e do Vinho, e os entregando aos apóstolos para que os tomassem, Jesus institui a Eucaristia. Essa ação de graças designa a presença real e substancial de Jesus Cristo sob as aparências de Pão e Vinho. A Liturgia oferece as leituras de Êxodo 12, 1-8.11-14, I Coríntios 11, 23-26 e o Evangelho segundo São João 13, 1-15.


Sexta-feira Santa

A tarde da Sexta-feira Santa apresenta o drama incomensurável da morte de Cristo no Calvário. A cruz, erguida sobre o mundo, segue de pé como sinal de salvação e esperança. Com a Paixão de Jesus, segundo o Evangelho de João, é contemplado o mistério do Crucificado, com o coração do discípulo Amado, da Mãe, do soldado que o transpassou o lado. Há um ato simbólico muito expressivo e próprio deste dia: a veneração da santa cruz, momento em que esta é apresentada solenemente à comunidade. Neste dia, não há celebração eucarística. A Liturgia da Palavra oferece a leitura de Isaías 52, o Salmo 30 (31), Hebreus 4 e o Evangelho de João 18, 1 – 19, 42.

Neste dia, a Via-sacra ganha relevo, assim como o gesto no decorrer da Quaresma, como forma de meditar o caminho doloroso que Jesus percorreu até a crucifixão e morte na cruz. A Igreja propõe a meditação para ajudar a rezar e a mergulhar na doação e na misericórdia de Jesus. Em muitas paróquias e comunidades, são realizadas encenações da Paixão, da Morte e da Ressurreição de Jesus Cristo por meio da meditação das 14 estações da Via-Crucis.


Sábado Santo

O Sábado Santo não é um dia vazio, em que “nada acontece”. Nem uma duplicação da Sexta-feira Santa. A grande lição é esta: Cristo está no sepulcro, desceu à mansão dos mortos, ao mais profundo que pode ir uma pessoa.

É neste dia que a Igreja celebra a Vigília Pascal. A celebração acontece no sábado à noite. É uma vigília em honra ao Senhor, de maneira que os fiéis, seguindo a exortação do Evangelho (cf. Lc 12,35-36), tenham acesas as lâmpadas, como os que aguardam seu senhor chegar, para que, os encontre em vigília e os convide a sentar à sua mesa.

A celebração inicia com a bênção do fogo, realizada fora da Igreja, com a bênção do fogo novo. Em seguida, o Círio Pascal é apresentado ao sacerdote. Com um estilete, o padre faz nele uma cruz, dizendo palavras sobre a eternidade de Cristo. Assim, ele expressa, com gestos e palavras, toda a doutrina do império de Cristo sobre o cosmos, exposta em São Paulo. Nada escapa da Redenção do Senhor, e tudo – homens, coisas e tempo – estão sob Sua potestade.

Em procissão, a comunidade segue com o Círio à frente e as luzes apagadas. O diácono toma o Círio e o ergue, por algum tempo, proclamando: “Eis a luz de Cristo!”. Todos respondem: “Demos graças a Deus!”. Os fiéis acendem suas velas no fogo do Círio Pascal e entram na igreja. O Círio, que representa o Cristo Ressuscitado, a coluna de fogo e de luz que nos guia pelas trevas e nos indica o caminho à terra prometida, avança em procissão.


Proclamação da Páscoa – O povo permanece em pé com as velas acesas. O presidente da celebração incensa o Círio Pascal. Em seguida, a Páscoa é proclamada. Esse hino de louvor, em primeiro lugar, anuncia a todos a alegria da Páscoa, a alegria do Céu, da Terra, da Igreja, da assembleia dos cristãos. Essa alegria procede da vitória de Cristo sobre as trevas. Terminada a proclamação, apagam-se as velas.


Liturgia da Palavra – Nesta noite, a comunidade cristã se detém mais que o usual na proclamação da Palavra. As leituras da vigília têm uma coerência e um ritmo entre elas. A melhor chave é a que nos deu o próprio Cristo: “E começando por Moisés, percorrendo todos os profetas, explicava-lhes (aos discípulos de Emaús) o que dele se achava dito em todas as Escrituras” (Lc 24, 27).


Domingo da Ressurreição

É o dia santo mais importante da religião cristã. Depois de morrer crucificado, o corpo de Jesus foi sepultado, ali permaneceu até a ressurreição, quando seu espírito e seu corpo foram reunificados. Do hebreu “Peseach”, Páscoa significa a passagem da escravidão para a liberdade. A presença de Jesus ressuscitado não é uma alucinação dos Apóstolos. Quando dizemos “Cristo vive” não estamos usando um modo de falar, como pensam alguns, para dizer que vive somente em nossa lembrança.


Com informações da CNBB Nacional

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