São quatro dias de Assembleia desde que começou, na segunda-feira (25). Nas plenárias, encontros, sessões de discussão e reflexão, a iluminação principal foi proposta pelo tema Igreja Sinodal: Comunhão, Participação e Missão, apresentado na Coletiva de Imprensa desta quinta (28) pelo arcebispo de Santa Maria (RS), dom Leomar Antônio Brustolin.
“O desafio maior é como formar discípulos missionários”, apontou dom Leomar. Seguindo a proposta metodológica de escutar-discernir-agir, o arcebispo relatou o processo de escuta realizado e pontuou que a assembleia propõe uma percepção atenta, não seletiva, sobre a realidade da Igreja no Brasil:
“O diálogo inicia sempre na escuta. Precisamos ouvir para saber como esse episcopado tão numeroso enxerga, por exemplo, o contexto de pós pandemia, os desafios na transmissão da fé, a ideia de uma Igreja que está em saída. Precisamos recuperar a colegialidade entre o episcopado, numa recepção criativa do Concílio Vaticano II”.
A atenção ao olhar à realidade exige de toda a Igreja a compreensão do que Deus diz naquele contexto, na sabedoria de que não se trata de avaliar cada momento pelo número de participantes ou envolvidos, mas sim pela qualidade e pelo crescimento da comunidade e do seguimento individual e comunitário ao Evangelho. Para dom Leomar, a realização de eventos deve ser, inclusive, um sinal de alerta: “Precisamos trabalhar mais processos do que eventos: não adianta promovermos tantos eventos pastorais se a comunidade não cresce”.
Propostas de ação
As Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora (DGAE) da Igreja no Brasil indicam caminhos claros para a concretização de uma Igreja Sinodal. A consolidação dos pilares da Palavra, do Pão, da Caridade e da Ação Missionária são fundamentais para recuperar o lugar da comunidade cristã.
O tema central da assembleia também propõe este desafio: “Fortalecer a comunidade cristã para que faça uma experiência de encontro com Jesus Cristo em uma sociedade em rápidas mudanças”, ressaltou dom Leomar na coletiva.
Um caminho fundamental para este fortalecimento é a integração entre as pastorais, organismos e ações da Igreja. Tudo deve estar integrado na comunidade eclesial missionária. As pequenas comunidades são espaços de vivência da fé onde se vive amparado e fortalecido no seguimento da palavra de Deus e da vida que o Senhor nos propõe.
Os desafios apresentados pelo tema certamente não se esgotarão nesta Assembleia, mas devem despertar em cada comunidade o compromisso de assumir verdadeiramente a comunhão, a participação e a missão em vista de uma Igreja Sinodal.
“Não temos receitas prontas nem fórmulas diante da complexidade e da pluralidade dos contextos atuais. Mas nossa bússola é o Evangelho na linha do Concílio Vaticano II, segundo o magistério do Papa Francisco”, finalizou dom Leomar.
Texto: Victória Holzbach - Assessoria de Comunicação CNBB Regional Sul 3
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