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Comissão das Diretrizes da Ação Evangelizadora prepara documento para 61ª Assembleia Geral


A Comissão que trabalha a atualização das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (DGAE) está reunida na sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em Brasília (DF), nesta quinta-feira, 5 de outubro. A tarefa deste encontro é analisar as contribuições recebidas das dioceses para a construção de um documento de trabalho para a 61ª Assembleia Geral da Conferência, no ano que vem.

O grupo recebeu diversas contribuições das dioceses, comunidades e dos bispos membros dos conselhos pastorais da CNBB. Nesta reunião, é feita a reflexão sobre os temas mais importantes, a partir de uma percepção de como estão as comunidades eclesiais e o catolicismo no Brasil atualmente, segundo o arcebispo de Santa Maria (RS) e presidente da Comissão das Diretrizes, dom Leomar Antônio Brustolin.


Dom Leomar Brustolin | Foto: Luiz Lopes Jr/CNBB


“Nós pretendemos para 2024 apresentar um instrumento de trabalho, isto é, um texto que possa ser profundamente discutido, que sirva de base para as futuras diretrizes. Na verdade, não é um texto que vai ser nem votado, nem aprovado, mas ele vai ser uma ferramenta para haver uma reflexão muito intensa, com a participação muito ativa no episcopado, para ajudar a decidir sobre quais caminhos vamos tomar a partir de 2025 como Diretrizes da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil”, explicou dom Leomar.


O bispo auxiliar de Brasília (DF) e secretário-geral da CNBB, dom Ricardo Hoepers, esteve presente no início da reunião, quando acolheu os participantes e falou das expectativas relacionadas ao trabalho do grupo na atualização das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora.

Para dom Ricardo, o ponto desafiador será pensar como dinamizar o trabalho de reflexão sobre as Diretrizes na assembleia, considerando o tempo e a metodologia necessários para os debates do episcopado. “A expectativa é sim do conteúdo, mas, se vocês puderem, nos ajudar a pensar uma dinâmica, um modo que os nossos bispos possam assimilar o conteúdo, mas também participar e fazer um avanço”.


Dom Ricardo Hoepers | Luiz Lopes Jr/CNBB



Realidade da Igreja no Brasil


Três pontos sobre a realidade da Igreja no Brasil na atualidade se destacam entre as contribuições recebidas pela Comissão: o senso de pertencimento eclesial, a fé em comunidade e as realidades desafiadoras, como questões sociais, culturais e ecológicas.

O senso de pertencimento eclesial também é chamado de ‘diocesaneidade’. Dom Leomar explica que essa compreensão diz respeito ao sentir-se Igreja de uma pessoa que está em uma comunidade: “da Igreja local à Igreja Universal; valorização da sua comunidade, diocese e do Papa e da vida da igreja do mundo”.


Sobre a fé em comunidade, dom Leomar destaca que é um aspecto a ser mais valorizado. “A fé cristã é necessariamente comunitária. E parece que cresce muito o individualismo em todos os sentidos e que afeta a fé também”, observa.


O terceiro ponto diz respeito à forma de a Igreja trabalhar especificamente as realidades mais desafiadoras, como as questões sociais, culturais, a questão da casa comum, ecologia integral. “Tudo isso faz parte também a nossa missão”, sublinha o bispo.

Dom Leomar também destaca a iniciação à vida cristã e a liturgia. A preocupação é “como fazer uma catequese que, de fato, fortaleça a iniciação de discípulos missionários de Jesus Cristo”, destaca dom Leomar. Na questão litúrgica, a intenção é que seja “uma liturgia que, de fato, permita um encontro pessoal e comunitário com Cristo”, aspecto que a 3ª edição típica do Missal Romano pode ajudar. Na dimensão da caridade, dom Leomar observa que a pandemia da Covid-19 “mostrou que os cristãos continuaram muito caridosos, mas podemos avançar mais e alargar esta compreensão”.

Participam da reunião:

  • Dom Leomar Antônio Brustolin, arcebispo de Santa Maria (RS) e presidente da Comissão das Diretrizes Gerais

  • Dom José Altevir, bispo prelado de Tefé (AM)

  • Dom Wellington Vieira, bispo de Cristalândia (TO)

  • Dom Francisco de Sales Alencar Batista, bispo de Cajazeiras (PB) e presidente do Regional Nordeste 2

  • Pe Jânison de Sá Santos, subsecretário adjunto de Pastoral da CNBB e assessor da Comissão

  • Pe. Abimar Oliveira, professor da PUC-Rio

  • Padre Tiago de Fraga Gomes, assessor da Comissão Episcopal para a Doutrina da Fé


Fonte: Mariana Aparecida Venâncio, assessora da Comissão Episcopal para a Animação Bíblico-Catequética da CNBB

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